Varíola-dos-macacos: Alemanha, Austrália, Bélgica e França confirmam casos, Espanha aumenta para 30 confirmados

São mais quatro países que confirmam doentes infectados com o vírus monkeypox , numa altura em que se contam já 66 casos fora do continente africano. Espanha ultrapassou Portugal e é o país com mais casos registados: 30.

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Portugal regista o maior número de casos, com 14 pessoas infectadas

Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá e França também têm casos confirmados de varíola-dos-macacos (também conhecida por vírus monkeypox, VMPX). Somam-se 83 casos fora do continente africano, sendo que estes quatro países também nunca tinham registado qualquer caso deste vírus no passado.

O caso confirmado em França foi registado em Paris e o da Alemanha em Munique. No caso da Bélgica foram confirmados dois casos pelas autoridades de saúde locais, em Antuérpia e Leuven. A pessoa infectada na Austrália foi detectada depois de regressar de viagem do Reino Unido. Espanha confirmou esta manhã mais 21 casos, tendo neste momento 30 pessoas infectadas com VMPX. O Reino Unido teve também um aumento para mais do dobro, confirmando esta sexta-feira mais 11 casos no seu território, atingindo os 20.

Com estes novos casos confirmados, Portugal deixa de ser o país com mais casos confirmados fora de África. Até ao momento, Portugal tem 23 casos registados, todos estáveis de acordo com a Direcção-Geral da Saúde. Existem ainda casos confirmados nos Canadá (2), Estados Unidos (1), Itália (3) e Suécia (1).

Apesar do surto na região de Lisboa e Vale do Tejo, esta quinta-feira não houve qualquer caso suspeito a dar entrada no Centro Hospitalar Lisboa Central, de acordo com o responsável do Serviço de Doenças Infecciosas Fernando Maltez.

O VMPX é um vírus tipicamente com baixa transmissibilidade para humanos e que regista sintomas leves, sendo encontrado sobretudo em roedores e primatas não humanos nas florestas da África Central e Ocidental. O surgimento de casos em vários países onde nunca tinha havido registos do VPMX levanta preocupações sobre a origem do surto e a epidemiologia da doença, algo que a Direcção-Geral da Saúde e o Centro Hospitalar Lisboa Central estão a investigar em conjunto para perceber quais as fontes de contágio.

A directora-geral Graça Freitas afirmou esta quinta-feira, em entrevista à TVI, que o vírus original pertence ao subgrupo da Bacia do Congo, o menos letal e menos transmissível dos dois subgrupos do VMPX.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças recomendou esta quinta-feira o isolamento de todos os casos suspeitos de varíola-dos-macacos e avançou com a possibilidade de utilizar a vacina contra a varíola em todos os contactos de alto risco, caso haja reservas no país.

Os casos confirmados e suspeitos estão a ser acompanhados pelos serviços hospitalares, mas as recomendações são de evitar evitar o contacto próximo para minimizar os riscos de transmissão, sem qualquer indicação de isolamento.

Bernardo Mateiro Gomes, médico especialista de saúde pública, diz que as regras que existem nos casos positivos da covid-19 deviam ser aplicadas também nestes casos confirmados e suspeitos. Também nos contactos de risco, devem ser aconselhadas cautelas: “Não diferindo das medidas de precaução da covid-19, os contactos podem perfeitamente fazer restrição social e usar máscara para prevenir a hipótese de infectar terceiros.”

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