Por g1


Lesões causadas pela varíola dos macacos no braço e na perna de uma menina na Libéria. — Foto: Domínio público (via Wikipedia)

A Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) confirmou nesta segunda-feira (16) mais quatro casos de varíola dos macacos no país, e o número total de pessoas infectadas com a doença subiu para 7.

De acordo com agência, os quatro novos casos não têm conexões conhecidas com os casos confirmados anteriormente.

A suspeita é de que esses casos mais recentes tenham ocorrido em Londres, e todos esses pacientes se identificaram como gays, bissexuais e homens que fazem sexo com homens.

"Devido ao recente aumento de casos e incertezas sobre onde alguns desses indivíduos adquiriram sua infecção, estamos trabalhando em estreita colaboração com parceiros do NHS (serviço de saúde britânico) para identificar se pode ter havido mais casos nas últimas semanas, bem como parceiros internacionais para entender se aumentos semelhantes ocorreram", informou a UKHSA.

O Reino Unido comunicou ainda que 2 desses 4 indivíduos tiveram contato próximo, mas que como o vírus não se espalha facilmente entre as pessoas, o risco para a população do país é baixo.

Apesar disso, como os casos mais recentes ocorrem em pessoas da comunidade LGBTQIA+, a agência de saúde do país disse que aconselha esses grupos a ficarem alertas a quaisquer erupções ou lesões incomuns em qualquer parte do corpo, especialmente na genitália.

Casos desde 2017

A Nigéria relata casos de varíola dos macacos desde 2017. De setembro daquele ano até abril passado, 558 casos suspeitos foram relatados em 32 estados do país, com 241 casos confirmados e 8 mortes.

Só neste ano, até 30 de abril, foram notificados 46 casos suspeitos, com 15 confirmados em sete estados. Nenhuma morte foi registrada em 2022.

No Reino Unido, houve sete casos de varíola dos macacos relatados anteriormente – todos relacionados a viagens para a Nigéria. No ano passado, os Estados Unidos também relataram dois casos da doença em humanos, ambos ligados a viagens ao país africano.

Transmissão e sintomas

A varíola dos macacos é transmitida por contato e exposição a gotículas grandes emitidas por uma pessoa doente. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, gânglios inchados, calafrios e exaustão.

Uma erupção cutânea pode se desenvolver, geralmente começando no rosto, depois se espalhando para outras partes do corpo, principalmente as mãos e os pés. A erupção muda e passa por diferentes estágios antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai.

O período desde a infecção até o aparecimento dos sintomas – chamado período de incubação – é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21. Casos mais leves podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa.

A doença, muitas vezes, se resolve sozinha, com sintomas geralmente desaparecendo de forma espontânea de 14 a 21 dias após a infecção. Os sintomas podem ser leves ou graves, e as lesões podem causar muita coceira ou dor.

Não se sabe qual animal age como reservatório da doença, mas é provável que seja algum roedor, segundo a OMS. O contato com animais vivos ou mortos por meio da caça e o consumo de animais selvagens ou de carne de caça são fatores de risco conhecidos.

Crianças têm maior risco de morrer pela doença, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou a um bebê natimorto.

Embora uma vacina tenha sido aprovada – e a vacina tradicional contra a varíola humana também forneça proteção –, essas vacinas não estão amplamente disponíveis. Além disso, pessoas mais novas – com idade inferior a 40 ou 50 anos –, que não participaram de programas anteriores de vacinação contra a varíola humana, também não têm a proteção que seria concedida pela vacina.

Graças ao sucesso da vacinação, a Assembleia Mundial da Saúde, da OMS, declarou a varíola humana erradicada em 1980, e nenhum caso natural da doença ocorreu desde então.

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